sexta-feira, maio 20, 2011

Cozinhando idéias...

Hoje eu cozinhei e mais uma vez, surpresa!


Desde pequena, nunca fui muito ligada aos serviços domésticos... minha irmã mais velha sempre fazia tudo na casa, até por que ela era a menina mais velha e era cobrada por isso. (Sentiu o machismo neh!?)
Quando ela se mudou eu então com 7 anos, passava o dia todo fora de casa... na escola e no nucleo de recreação infatil depois da escola. Só voltava pra casa a noite, brincava um pouquinho, jantava e ia dormir.
Ok, eu cresci... minha mãe foi me ensinando a fazer tudo o que tinha que fazer dentro de uma casa... então dos 11 aos 14 mais ou menos, eramos eu e meu irmão quem faziamos os serviços domésticos... leves claro, os pesados ela fazia e eu ajudava aos finais de semana. Quando eu tinha 14 anos, meus pais se separaram, minha mãe e eu fomos morar numa casa de 3 cômodos, onde quase não tinhámos moveis e tudo o que tinhamos era ganhado (detalhe... meu papi, não nos deixou tirar nada da casa onde morávamos, apesar da minha mami ter comprado TUDO), nós tinhamos duas camas ganhadas, e toda a louça que tinhamos era em numero par, um para mim e um para ela, ou seja, 2 copos, 2 pratos, 2 garfos, 2 facas, etc... sendo assim era muito facil limpar a casa. Tres anos depois nós já haviamos conseguido nossas próprias coisas, móveis, utensílios de cozinha e etc... já era uma casa normal. Quando eu tinha 17 anos, nos mudamos para a casa onde moro hoje, minha avó veio morar conosco e logo no mesmo ano comecei a trabalhar meio período depois da escola... ao chegar em casa já estava tudo pronto... casa arrumada, comida feita e etc, pois minha avó não sabe parar quieta e deixava tudo no jeito. Desde então não parei mais de trabalhar, com exceção do útimo ano da escola, devido aos estágios que tive que fazer (magistério).
Tá... mas voce deve estar se perguntando... o que isso tudo tem a ver com o título?
Tudo a ver, pois se voce tem familia como eu... deve ter alguem na sua familia que gosta de falar do que não lhe diz respeito... pois bem... na minha familia tem um monte de gente assim.
Todo mundo pensa que eu não sei fazer as honras de dona-de-casa, só por que eu não fico me gabando ou discutindo receitas, nem sei os nomes dos produtos que tiram mancha e dão brilho, não sei as ofertas do momento no supermercado... etc e tal...
Minha avó fala que mulher de verdade, tem que saber essas coisas, ou então não vai achar um homem que queira se casar...
Eu nunca escondi de ninguém e não faço cerimônia... eu não tenho o felling da coisa... arrumar, passar, limpar e etc... mas não gostar não tem nada a ver com não saber fazer... eu sei e faço muito bem!
Então tem gente que pensa que eu não sei nem fritar ovo... doce ilusão! Eu cozinho gente!! E muito bem!
Das poucas vezes que tive oportunidade de ir pra cozinha sem ninguem pra dizer: "faça isso, põe sal naquilo ou deixa que eu faço vai, você pensa muito (minha mãe)!", surpreendi... ao provar minha comida, bolos ou sopas... todo mundo fala: "nossa, e não é que voce sabe mesmo! Que delicia!"
Até hoje meu bolo ainda cresce mais que o da minha mãe!!!
Mas a vida é assim... uns pensam que sou preguiçosa, outros que eu exploro minha avó velhinha... outros que eu não sei nem fritar ovo... e eu sigo minha vida... deixando que pensem como quiser... afinal quem já teve oportunidade sabe, que eu faço bem, seja o serviço doméstico, seja uma boa comida ou um simples ovo frito...  ^^


A propósito, o que eu cozinhei hoje... arroz (soltíssimo) com milho, moela na panela de pressão (receita do Blog do Miro) e repolho refogado...  o feijão foi a Dani quem fez... então não posso me gabar, mas estava muito bom , como sempre!


Em breve cenas dos próximos capítulos!


Abraço!

quinta-feira, maio 19, 2011

O Grande Momento

Com minhas próprias palavras não conseguiria organizar tão bem O Grande Momento que desfrutei no ultimo mês...
Fuçando pela internet, encontrei por acaso, um poeta de quem sempre gostei muito, pois ganhei um livro dele quando pequena. Não é bem um poeta para crianças, mas como eu sempre gostei de poesia... o livro chegou até mim...

Transcrevo abaixo o poema que relata parte da experiência por mim vivida:


O Grande Momento
Como uma réstia de sol instantânea,
tu entras
(no meu caso, desembarca...)*
pela porta entreaberta,
nem bem te adivinho.

...Esse o momento maior de euforia e tranqüilidade,
quando a porta se fecha sobre o teu vulto
e meus braços se abrem para receber-te.

Esse o momento maior de euforia e tranqüilidade:
há calor em meu peito e o verão em teus olhos;
-como que tocadas de vento, foram-se todas as dúvidas
da tensa espera, angustiosa.

De repente, desanuviam-se todas as ânsias,
todas as inquietações;
ouço-te a respiração ofegante, sinto-te as mãos frias,
tenho-te de encontro ao peito ainda sem nada dizer.

Sei agora que és minha
(meu)*, que foste minha (meu)*, que serás minha
(meu)*,
principalmente que és minha (meu)*, pois não mais te espero:
te tenho!

- Imprevistos não deterão teus passos,
nada desviará nosso encontro se estás
em meus braços...

Canto e rio, e nem percebes... Canto e rio
e te amo,
beijo-te em silêncio, e penso que nada mais te desviará
de meus desejos:
a chuva, o vento, a morte, que sei eu?

Esse o momento maior de euforia e tranqüilidade...
Um no outro, vivemos a impressão de que nós
apenas conhecemos
essa felicidade,
que nunca ninguém a sentiu...

Depois, os olhos fechamos, e silenciamos...
O resto do mundo parou (que mundo?) parou...
sumiu...

( J.G.  de Araujo Jorge - coletânea -
"Poemas do Amor Ardente " 1a ed. 1961  )

 

*Os parenteses são meus!

O poema fala por si só!

Abraço!